sábado, 17 de fevereiro de 2007

História sobre o Amor

O sonho a gente só se da conta dele depois que acorda. Depois que ele acabou fica aquela vontade na gente de sonhar mais um pouquinho... Existem pessoas que são um sonho, um sonho pelo qual a gente dormiria a vida inteira, mas o destino vem, nos acorda e nos leva aquele sonho tão bom... Existem pessoas que são estrelas, luzes que enfeitam e iluminam as noites escuras de nossas vidas... Mas vem o amanhecer e nos rouba com toda a sua claridade aquela estrela tão linda. Existem pessoas que são flores; Belezas discretas que alegram o nosso caminho; Mas com o tempo, as flores murcham... Existem as pessoas que são simplesmente amor. Um amor doce como o mel de uma flor que desabrochou numa estrela e que veio pra mim num lindo sonho... E ainda bem que é amor, porque flores, estrelas ou sonhos, mais cedo ou mais tarde, terminam; Mas o amor... O AMOR NÃO TERMINA NUNCA!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Como você me faz feliz...!

Pois é, já são quase 11 meses juntos.
Até agora foi tudo maravilhoso, prá não dizer perfeito! Meu complemento perfeito.
Nossas conversas, brincadeiras, viagens, baladas...
Difícil te definir... Simplesmente posso dizer você é um SORRISO!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

- por Marina Colasanti in "Eu sei, mas não devia" -
Editora Rocco, Rio de Janeiro, 1996

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