Este texto é em homenagem ao Mau (paixão!) que agora tem seu próprio cafofo... Aviso sim que ele se assemelha muito mais ao homem de predinho antigo e tem apenas os cremes básicos que todo homem deve ter (pasta de dentes, creme de barbear, shampoo, etc..). Realmente eu prefiro o macho com noção de estética e organização: um meio termo entre o metrossexual e o homem das cavernas. O homem solteiro é realmente um ser abominável e foi perfeitamente retratado neste texto de Xico Sá, que por um acaso é conhecido do room-mate do Mau, o Rodrigo! Parabens pela casa nova, rapazes!
Noves fora o “homem de predinho antigo”, aquela criatura que adora um pé-direito alto, um sofá de época e uma luz indireta, o macho solteiro é um desastre no quesito decoração. Tem lá o seu sofá velho, a sua tevê, uma cama barulhenta, três ou quatro panelas – sem cabo – encarvoadas pelo tempo, e copos de requeijão, muitos copos de requeijão, alguns deles ainda com um pedaço do papel do rótulo. Se brincar, o cara coleciona também os velhos copos de geléia de mocotó, um primor de utensílio “vintage”. E quando a fofa, toda fina e fresca, nova costela, chega lá no muquifo com a sua garrafa de champanhe?! Procura, procura as taças, para fazer uma graça com o seu mancebo... e nada. O jeito é beber Veuve Cliquot em copo de extrato de tomate. Quem mandou apaixonar-se por um macho-jurubeba autêntico, que vem a ser justamente o avesso do metrossexual – aquele mancebo da moda que se lambuza de creminhos da Lancôme e decora o loft, sim, ele mora num loft, de acordo com as tendências da revista Wallpaper.
Pior é quando ela tenta mudar tudo. E põe aquele quadro caríssimo – artista contemporâneo, tendêeencia! – numa sala que não tem nem mesmo um sofá que preste?! Um desastre.
A fofa, toda metida a besta, não desiste nunca. Aí presenteia o bofe – sim, ela está doida e Aí fica aquela batedeira high-tech fazendo companhia aos três pratos chinfrins e aos garfos tortos – como se o Uri Geller, aquele parapsicólogo que aparecia no Fantástico das antigas, tivesse jantado por lá ou feito faxina na área.
Ela começa a revirar geral, um deus-nos-acuda, numa casa onde ninguém havia mudado sequer uma planta de lugar. O reino vegetal, aliás, é outro ponto fraco do macho solteiro convicto – prestem atenção, amigas da UMA. Jarros, flores? Nem de plástico.
Na casa do homem solteiro típico, a utilidade triunfa sobre a estética. O cúmulo do utilitarismo. Sofá da tia-avó vira cama, como diz a minha amiga D., co-autora desta crônica. A cama vira sofá, a rede vira sofá e cobertor, o cobertor vira cortina preso à persiana... A falta de cortina é outra marca registrada do desmantelo do cavaleiro solitário. Quando muito, papel filme.
Abajur? De jeito maneira. Tosco no último, ele não tem cultura de luz indireta, nem nunca terá, esqueça.
Outro traço de personalidade do macho solteiro convicto: tudo que chega até a cozinha vira tupperware – aquelas embalagens plásticas de lasanha comprada pronta, caixinha de entrega de comida chinesa ou japonesa, potes de sorvete... Melhor assim do que as frescuras do ex da minha amiga D., a mesma acima citada. Ela entrou na casa dele e logo ouviu a advertência, em altos brados:
“Não pisa de salto no meu carpete de madeira!”.
E você, leitora, o que prefere, um homem solteiro e tosco ou aquele metrossexual cuja banqueta de cremes é de longe maior do que a sua?
Xico Sá é colunista de UMA e autor de Caballeros solitários rumo ao sol poente (Editora do Bispo)
Pior é quando ela tenta mudar tudo. E põe aquele quadro caríssimo – artista contemporâneo, tendêeencia! – numa sala que não tem nem mesmo um sofá que preste?! Um desastre.
A fofa, toda metida a besta, não desiste nunca. Aí presenteia o bofe – sim, ela está doida e Aí fica aquela batedeira high-tech fazendo companhia aos três pratos chinfrins e aos garfos tortos – como se o Uri Geller, aquele parapsicólogo que aparecia no Fantástico das antigas, tivesse jantado por lá ou feito faxina na área.
Ela começa a revirar geral, um deus-nos-acuda, numa casa onde ninguém havia mudado sequer uma planta de lugar. O reino vegetal, aliás, é outro ponto fraco do macho solteiro convicto – prestem atenção, amigas da UMA. Jarros, flores? Nem de plástico.
Na casa do homem solteiro típico, a utilidade triunfa sobre a estética. O cúmulo do utilitarismo. Sofá da tia-avó vira cama, como diz a minha amiga D., co-autora desta crônica. A cama vira sofá, a rede vira sofá e cobertor, o cobertor vira cortina preso à persiana... A falta de cortina é outra marca registrada do desmantelo do cavaleiro solitário. Quando muito, papel filme.
Abajur? De jeito maneira. Tosco no último, ele não tem cultura de luz indireta, nem nunca terá, esqueça.
Outro traço de personalidade do macho solteiro convicto: tudo que chega até a cozinha vira tupperware – aquelas embalagens plásticas de lasanha comprada pronta, caixinha de entrega de comida chinesa ou japonesa, potes de sorvete... Melhor assim do que as frescuras do ex da minha amiga D., a mesma acima citada. Ela entrou na casa dele e logo ouviu a advertência, em altos brados:
“Não pisa de salto no meu carpete de madeira!”.
E você, leitora, o que prefere, um homem solteiro e tosco ou aquele metrossexual cuja banqueta de cremes é de longe maior do que a sua?